Tesouro Direto ou CDB: qual é o melhor investimento para começar?
Quando o assunto é dar os primeiros passos no mundo dos investimentos, uma das dúvidas mais comuns é: vale mais a pena aplicar no Tesouro Direto ou em CDB? Ambos são investimentos de renda fixa, considerados seguros, mas apresentam diferenças importantes em liquidez, risco e rentabilidade. Entender essas características ajuda a escolher o produto mais adequado ao seu perfil e aos seus objetivos.
O que é o Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa do governo federal que permite ao investidor pessoa física comprar títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Na prática, você empresta dinheiro ao governo em troca de uma remuneração que pode ser prefixada, pós-fixada (atrelada à Selic ou IPCA) ou uma combinação dos dois. A aplicação mínima é acessível, em torno de R$ 30, e a liquidez é diária, ou seja, é possível resgatar o investimento a qualquer momento em dias úteis, recebendo o valor no dia seguinte. Por isso, o Tesouro Selic é frequentemente indicado para formar a reserva de emergência.
O que é o CDB
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é emitido por bancos que captam recursos para financiar suas atividades de crédito. Ao investir em um CDB, você está emprestando dinheiro ao banco, que em troca paga uma taxa de juros, geralmente atrelada ao CDI (taxa próxima à Selic). Existem CDBs com liquidez diária, ideais para curto prazo, e outros com prazo de vencimento fixo, que podem oferecer rentabilidade maior se o investidor permanecer até o final do contrato.
Segurança e garantia
Ambos são considerados investimentos de baixo risco. No Tesouro Direto, o “garantidor” é o governo federal, considerado o de menor risco de crédito do país. Já o CDB conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira em caso de falência do banco emissor. Na prática, ambos oferecem boa segurança, desde que o investidor respeite os limites de garantia no caso do CDB.
Rentabilidade e custos
No Tesouro Direto, a rentabilidade depende do tipo de título escolhido. O Tesouro Selic costuma render próximo à taxa Selic, enquanto Tesouro IPCA e prefixados podem oferecer ganhos maiores, mas também variam mais conforme o mercado. Há uma taxa de custódia da B3 de 0,20% ao ano.
Os CDBs, por sua vez, podem pagar um percentual do CDI (ex.: 100% do CDI) e não possuem taxa de custódia, mas a rentabilidade final depende do banco emissor: bancos menores costumam oferecer taxas mais atraentes para competir com os grandes.
Liquidez e prazo
Se o objetivo é ter acesso rápido ao dinheiro, o Tesouro Selic e os CDBs com liquidez diária são ideais. No entanto, alguns CDBs só permitem o resgate no vencimento; em contrapartida, costumam oferecer taxas mais altas, o que pode ser interessante para quem busca maior rentabilidade e não precisa do dinheiro no curto prazo.
Tributação
Tanto Tesouro Direto quanto CDB seguem a mesma tabela regressiva de Imposto de Renda para renda fixa:
- 22,5% sobre o rendimento em aplicações de até 180 dias
- 20% de 181 a 360 dias
- 17,5% de 361 a 720 dias
- 15% acima de 720 dias.
Não há cobrança de IOF se o investimento for resgatado após 30 dias.
Como escolher?
A decisão depende do seu perfil e objetivo.
- Reserva de emergência: o Tesouro Selic ou CDB com liquidez diária é o mais indicado.
- Horizonte de médio ou longo prazo: CDBs com vencimento maior ou títulos do Tesouro IPCA podem garantir rentabilidade superior, protegendo o poder de compra.
- Diversificação: não é preciso escolher apenas um. Distribuir o capital entre Tesouro e CDB reduz riscos e equilibra liquidez e rendimento.
Conclusão
Tesouro Direto e CDB são portas de entrada ideais para quem quer sair da poupança e investir com segurança. O Tesouro se destaca pela liquidez e simplicidade, enquanto o CDB pode oferecer taxas mais altas, principalmente em bancos menores e prazos longos. Avaliar seu objetivo, prazo e necessidade de resgate é fundamental para decidir. Em muitos casos, a combinação dos dois é a melhor estratégia para fazer o dinheiro render de forma estável e com baixo risco.